AbreLatam/ConDatos: a comunidade de dados abertos na América Latina

by Digital Rights LAC on outubro 27, 2015

12033099_850420058409424_7068180026716129525_n

AbreLatam/ComDatos teve sua primeira edição em Montevidéu, Uruguai, em 2013; o encontro de 2014 visitou o Distrito Federal, no México; e em 2015, a data apontava para Santiago de Chile. Assim, o encontro regional em torno de dados abertos -em que se convocam a sociedade civil, governo, academia e setores empresariais e de jornalistas- teve sua terceira edição e agora os desafios são apresentados de diferentes maneiras, mas avançando um passo de cada vez.

Por: Sergio Araiza, SocialTIC

Para aqueles não familiarizados com o assunto -e como um prelúdio para a experiência do evento- devo dizer que em outros países da região estão se iniciando processos de abertura de informação em formatos abertos pelos governos em diferentes níveis. Alguns desses processos são feitos no âmbito da legislação em matéria de acesso à informação, e muitos outros, como parte de estratégias mais amplas de governo aberto e e-government.

AbreLatam, por sua vez, é o espaço de encontro e de reflexão que reúne membros da sociedade civil e interessados para interagir sob o formato de desconferência, o que exige a construção conjunta de uma agenda a ser discutida durante o evento. Isso também permite um diálogo baseado no ensino e aprendizagem com as experiências daqueles que ali se reúnem. Embora a sua contraparte, ConDatos, seja um espaço mais estruturado e com a presença de governos, muitas das discussões que ocorrem na desconferência possuem saída nos dias seguintes e ecoam os interesses e preocupações da sociedade civil.

O evento deste ano foi organizado pela Fundación Ciudadano Inteligente, em 7 e 8 de Setembro, no Centro Gabriela Mistral. Neste local, em mais de 20 grupos de trabalho ativistas, jornalistas, designers e programadores de todo o continente trocaram opiniões em torno de questões como usos jornalísticos de dados abertos, visualização de dados, interoperabilidade e formatos abertos; e o valor da privacidade da informação nos processos de abertura de dados.

Não há respostas finais e nada está definido ainda. Conversas nos corredores, reflexões de 140 caracteres e muitos post-its com ideias também são parte do que cada participante opta por salvar para trazer de volta em sua mala. AbreLatam, três anos após sua primeira edição, dá mostras de uma comunidade em crescimento, com passos firmes; que aquelas ideias colocadas em um guardanapo são agora uma realidade e se consolidam.

A experiência também nos deixa questões importantes sobre onde devemos focar os próximos passos da comunidade: quem são os usuários dos dados? Como o impacto de dados abertos na população é medido? Mais dados significam governos mais transparentes? Estas e outras questões permanecem na ordem do dia e as respostas trazem muitas dimensões para o debate e para os próximos que virão. A próxima edição nos espera daqui a um ano e com a certeza de que, no futuro cresça o movimento que agora mostra a sua presença em muitas agendas da sociedade civil latino-americana.

Imagem: © Modernización y Gobierno Digital, Gobierno de Chile